
PIB per capita – o valor das riquezas produzidas dividido pela população – registrou crescimento real em Rio Preto no período de 1997 a 2019; atualmente, valor está em R$ 40,7 mil.
O PIB per capita registrou um crescimento real de 11,28% em Rio Preto no período de 1997 a 2019. Isso quer dizer que o indicador conseguiu crescer para além da reposição da inflação ao longo desses 22 anos. O desempenho local é positivo e contrário ao observado no País nos últimos 40 anos. Em 1997, o PIB per capita em Rio Preto era de R$ 9.876 e, em 2019, dado divulgado nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador passou para R$ 40,7 mil.
A pedido do Diário, o economista José Mauro da Silva fez os cálculos para mostrar essa evolução do poder de compra do rio-pretense no período citado: 1997 foi o ano escolhido por ser dado mais antigo encontrado a partir de levantamentos na Conjuntura Econômica de Rio Preto, documento da Prefeitura de Rio Preto, que tem 36 edições anuais.
A preços de 2019, o PIB per capita de 1997 equivale a R$ 36.627 e a inflação acumulada no período foi de 270,9%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Nota-se um crescimento do PIB/por pessoa entre 1997 e 2019 de 412%, mas apresentando um ganho real de 11,28%, quando se desconta a inflação de 270,9%, no mesmo período”, explica o especialista.
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De acordo com especialistas em economia, a renda per capita – a soma das riquezas produzidas dividida pelo número de habitantes do local – é um indicador importante, pois ela mede a renda média de uma população. “Quanto maior for a renda per capita de um país ou estado, melhor a situação financeira da população”, explica o economista Hipólito Martins Filho.
Ele destaca que, no Brasil, a renda per capita vem caindo sistemicamente nos últimos 40 anos, motivada principalmente pela falta de projetos econômicos de médio e longo prazo. E o indicador não cresce justamente porque a economia do Brasil está estagnada. “É possível observar que Rio Preto teve uma trajetória muito favorável – apesar dos problemas – a cidade conseguiu crescer e melhorar o salário da população”.
Segundo Martins Filho, o principal fator que colaborou nesse aumento do PIB per capita foi o crescimento da economia local, em especial no setor de serviços, seguido por saúde, educação e comércio. “Houve um bom planejamento urbano que ajudou a atrair investimentos na cidade ao longo de 22 anos”.
O especialista ressalta, entretanto, que baixa inovação tecnológica também coopera na falta de mão de obra qualificada e o setor industrial, onde se pagam os salários maiores, fica estagnado. “Se não fosse por esses motivos, o salário médio seria bem melhor”.
Crescimento
Em relação ao PIB per capita de 2018, revisado para R$ 38,4 mil pelo IBGE, o que se observa é um crescimento anual de 5,9% no indicador, já que dois anos atrás o valor era de R$ 40,7 mil, o que representa um rendimento médio mensal de R$ 3,3 mil.
Para Silva, a inflação é um problema estrutural e afeta gravemente a renda da população. “O investimento em políticas públicas pode contribuir para minimizar essa perda do poder aquisitivo, na medida em que o Estado ofereça serviços públicos de qualidade para a população e aumente seu bem-estar, já que não depende apenas de sua renda para atender a todas as necessidades básicas da família”.
Ranking estadual PIB 2019 (R$)
1º São Paulo 763.805.984,80
2º Osasco 81.923.606,46
3º Campinas 65.874.912,96
4º Guarulhos 65.165.261,62
5º Barueri 52.820.507,84
14º Santos 22.753.121,09
15º Cajamar 19.427.569,56
16º Rio Preto 18.776.620,86
Rio Preto PIB 2019
R$ 18,7 bilhões
Setores
Agropecuária – R$ 44.473,01
Indústria – R$ 1.815.669,04
Serviços – R$ 13.314.849,27
Administração, Defesa, Educação e Saúde Públicas e Seguridade Social – R$ 1.719.043,04
PIB per capita – R$ 40,7 mil
PIB 1997 – R$ 3,3 bilhões
PIB per capita – R$ 9.875,77
Número de habitantes – 334.151
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PIB de Rio Preto chega a R$ 18,7 bilhões
O Produto Interno Bruto (PIB) de Rio Preto atingiu a marca de R$ 18,7 bilhões em 2019. Esse é dado mais recente divulgado pelo IBGE. Existe uma defasagem de dois anos na divulgação do indicador por município.
“Rio Preto é um polo, o que atrai pessoas de cidades vizinhas e investimentos de fora. Não à toa, a cidade recentemente se tornou uma região metropolitana”, afirmou o economista Hipólito Martins Filho.
O indicador que mede a produção da cidade registrou um crescimento de 9,3% em relação ao dado revisado de 2018 – R$ 17,1 bilhões. Com esse resultado, Rio Preto ficou na 16ª colocação no ranking estadual. O desempenho local foi melhor que o nacional, já que m 2019, o PIB brasileiro teve alta de 1,2% ante 2018, chegando a R$ 7,389 trilhões. O PIB per capita foi de R$ 35.161,70, uma alta de 0,4%.
Em Rio Preto, o setor de serviços é quem alavanca e mais contribui para o resultado do PIB. Do total, o segmento atingiu R$ 13,3 bilhões em 2019, o que representa um crescimento de 9% em relação ao número revisado de 2018 (R$ 12,2 bilhões). A indústria atingiu um PIB de R$ 1,81 bilhão, praticamente o mesmo do ano anterior – R$ 1,89 bilhão.
A agropecuária registrou leve queda de um ano para outro, passando de R$ 45 milhões (2018) para R$ 44,4 milhões (2019). O segmento de administração cresceu 6,25%, passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,7 bilhão.
Quando se compara o PIB de 2019 com o de 1997 (R$ 3,3 bilhões), quando a cidade tinha 334.151 habitantes, o que se observa é alta nominal de 466%. (LM).