
Construtoras em Rio Preto têm obtido bons resultados ao investir em projetos sustentáveis – desde a concepção da obra até o empreendimento; certificação atesta esse tipo de iniciativas.
Preocupadas com a sustentabilidade, construtoras de Rio Preto tem obtido bons frutos e vêm se destacando no mercado imobiliário em São José do Rio Preto ao terem seus empreendimentos certificados com selos que atestam essas iniciativas. Os certificados passam por critérios técnicos de instituições financeiras ou de setores da construção civil.
Recentemente, o Pátio Pitangueiras, da Hugo Engenharia – São José do Rio Preto – SP, recebeu o Selo Verde Ambiental do Banco do Brasil. A obra tem uma série de diferenciais em seu processo, visando a sustentabilidade e a otimização dos recursos. Durante a obra, a eficiência no gasto de água, energia e o reaproveitamento de resíduos ajudou a garantir o selo.
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“Foi a consequência do trabalho implantado há dez anos. A sustentabilidade é tão importante que passou a ser objeto contratual de vários setores, incluindo o bancário”, afirma Hugo da Silva Fabbri, diretor de Novos Negócios e Incorporação da empresa.
As construções envolvem desde o sistema seco, usando o dry wall e eliminando a alvenaria, até infraestrutura para atitudes sustentáveis, como coleta seletiva e reuso da água para jardinagem. As iniciativas se mantêm depois da entrega das chaves. A construtora implanta sistemas de ar-condicionado e elevadores inteligentes, que reduzem o gasto de energia. Após concluído, o empreendimento terá pontos de recarga para carros elétricos e geração de energia solar.
Selo Casa Azul.
Outro empreendimento que recebeu um selo de sustentabilidade foi o Fenhouse Belvedere – Condomínio em São José do Rio Preto – SP, da Pacaembu Construtora – São José do Rio Preto – SP. O Selo Casa Azul Caixa foi entregue pela adoção de soluções urbanísticas e levou em conta mais de 51 critérios que tiveram de ser adotados pela construtora.
Dentre estes critérios estão o da qualidade urbana e bem-estar, a eficiência energética, a gestão eficiente da água e de resíduos e entulhos. “Inserimos em nossa rotina a análise de métricas que não tínhamos antes. O processo começa na concepção do projeto, com o planejamento dos principais parâmetros considerados pelo Selo Azul”, afirma Victor Almeida, co-presidente da Pacaembu.
O empreendimento tem um investimento de R$ 73 milhões. A primeira fase, com 210 casas, está 100% vendida. Já a segunda, composta por 202 imóveis, está em comercialização. Para Vitor, empreendimentos assim não são benéficos apenas aos moradores.
Outra construtora com empreendimento sustentável e certificação é a Tarraf Empreendimentos Imobiliários – São José do Rio Preto – SP, com os prédios Montelena e Quintessa by Tarraf – Apartamento em São José do Rio Preto – SP. Os dois também tiveram o Selo Casa Azul da Caixa. “O Montelena tem sistemas que evitam os gastos desnecessários com energia elétrica. Ele tem sistema de ar-condicionado mais econômico, iluminação em LED, elevadores inteligentes. Isso torna o uso de energia mais eficiente”, diz Julio Prado, diretor de Incorporação da empresa.
As construções da empresa contam com sistema térmico, acústico e de iluminação que promovem o conforto e economia. “Os empreendimentos sustentáveis são tendência no mercado imobiliário. As construtoras adotam medidas que levam em consideração a preservação do meio ambiente”, diz.
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Conceito avança.
As certificações ambientais são uma realidade nos grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Mas, para o arquiteto Daniel Ribeiro, especialista em construções sustentáveis, também está tendo uma movimentação no interior do País. “Observamos um movimento de interiorização, com projetos nas grandes cidades do interior, como Rio Preto”.
Para Daniel, ainda é preciso melhorar na questão de prestadores de serviço e materiais específicos. “Toda mudança requer esforço, estudo, compreensão e compartilhamento de conhecimento. Infelizmente, as áreas mais interioranas precisam evoluir em alguns pontos. Mas muitas empresas e fornecedores já enxergam esta realidade e possuem produtos e serviços de grande qualidade, adequados às certificações”.
Uma certificação abrange desde a escolha do terreno até a especificação paisagística, o modelo de construção e as atitudes sustentáveis. O arquiteto afirma que a viabilidade de implantar uma certificação ambiental na obra precisa passar por um estudo técnico e também financeiro.
“É importante avaliar o ”payback” de cada estratégia, ou seja, em quanto tempo este investimento irá se pagar. A implantação de ar-condicionado eficiente, por exemplo, apesar de um custo maior inicial, em médio prazo irá compensar o gasto com o consumo de energia.” (ML)
Sistema tem desafios.
Se as construtoras já estão acostumadas com o sistema tradicional de obra, a nova forma de construir, mais sustentável, ainda gera desafios. Eles vão desde a concepção do projeto até a busca sobre conscientizar todos durante a obra.
“Uma das dificuldades é a tomada de decisão logo no início do projeto, quando ainda não se tem ideia geral dos impactos, dos custos e do aproveitamento. Além disso, os conceitos ambientais, sociais e de governança ainda não têm padronização de normas”, afirma Victor Almeida, co-presidente da Pacaembu Rio Preto.
Ele acredita que esta dificuldade será superada à medida que os conceitos forem adotados por todo o mercado imobiliário. “Às vezes você acredita que está atendendo a um requisito específico, mas no momento da certificação, percebe que são necessárias adequações no projeto. Com o tempo, o requisito será algo rotineiro”, diz.
Para Hugo da Silva Fabbri, diretor de Novos Negócios e Incorporação da Hugo Engenharia, outro desafio é que o conceito é novo dentro da construção civil. Por isso, um pouco mais caro do que a forma convencional e sem mão de obra totalmente especializada.
“Esse conceito é um investimento que vai se pagando e passa a gerar lucros ao longo do tempo. Ter um empreendimento que se preocupa com o meio ambiente por si só já pode ser considerado valorizado”, afirma. (ML)